Olá pessoal!
Hoje é dia dos namorados. E já faz muito tempo que eu não faço postagens temáticas por aqui, eu não sou muito ligada em datas e ultimamente não tenho conseguido me organizar como gostaria, acho que vocês já perceberam que sou péssima quando o assunto é gestão de tempo. Mas como surgiu a possibilidade de escrever algo para esta data, eu decidi aproveitar, afinal a vida é feita de oportunidades, não é mesmo? Há alguns dias eu fui convidada a ler o conto O que fazemos por amor, e ao conversar com a autora tive a impressão que poderia vir a gostar da história. A descrição breve da May sobre a trama despertou meu interesse então decidi dar uma chance, e não deu outra, logo nas primeiras páginas eu me vi refém de uma narrativa perturbadora e super envolvente. Então já de antemão deixo avisado que, este é um conto de dia dos namorados, mas nem de longe é como os que vocês estão acostumados.
Ilustração de Ruth Feola
O que fazemos por amor
Autor (a): May da Silva @cafecommay
Gênero: Romance +18
Minha avaliação: 4/5★
Diz o ditado que coração é terra onde ninguém manda. Mas ela está disposta a provar que o dele tem dona.
Este livro contém assuntos sensíveis/gatilhos: assassinato e necrofilia.
Uma jovem vivendo o mais completo delírio romântico narra em detalhes a jornada apaixonada que culminou na fuga do casal até uma casa abandonada, onde eles finalmente podem desfrutar plenamente da companhia um do outro. Não há dúvidas de que existe algo muito intenso acontecendo, são tantas declarações e recordações partilhadas por ela, que em dado momento eu comecei a me sentir uma intrusa neste ninho de amor. A intimidade partilhada em detalhes, os sonhos, os sentimentos... tudo nos leva a crer que de fato eles foram arrebatados por uma paixão juvenil e imprudente, e que lutarão contra tudo e contra todos para viver esta experiência. Contudo, não demora muito para que as informações dadas pela garota ganhem um tom macabro, de forma sútil submergi em detalhes que não encaixam tão bem no cenário descrito no monólogo da moça, e quando a ficha caiu uma dúvida inevitável me dominou, o que é real e o que é loucura nessa história?
"Dizem que o primeiro amor dói e consome a gente."
Iniciei esta leitura consciente de que não se tratava de um simples romance, então me preparei para uma vasta gama de situações, e talvez por já estar a espera de algo fora da curva, não demorei a descobrir o que de fato ocorria entre os jovens. Mas nem esta descoberta precoce, se é que algo pode ser considerado precoce em um conto curto, tornou minha experiência menos aterradora. A May escreveu um texto cuja ambiguidade pode facilmente confundir os leitores mais desatentos, mas essa é a beleza de se ter um narrador não confiável e perfeitamente apto a te envolver em seus desvarios, não é mesmo? Não vou sob hipótese alguma me aprofundar no cerne da questão, pois entender por si só trará aquele choque gostoso capaz de potencializar a experiência do leitor. Mas posso dizer que, embora esta seja uma leitura breve que fiz em poucos minutos, possui um enredo impressionante que fincou garras afiadas em meu cérebro, e mesmo tendo se passado alguns dias após a leitura ainda crio teorias e tento preencher as lacunas. Uma história perturbadora, um suspense convincente e um romance doentio. Talvez você não sinta medo, mas saiba que não escapará das altas doses de tensão que te bombardearão enquanto lê estas páginas.
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