[Resenha] Evidências de uma traição - Taylor J. Reid

6 de janeiro de 2022

Olá cariños!
É com imensa alegria e satisfação que eu informo que minha primeira leitura do ano chegou chegando. F I N A L M E N T E eu consegui verdadeiramente amar algo escrito pela Taylor Jenkins Reid, juro que já não acreditava mais ser possível gostar de uma história dessa mulher. Então é isso pessoal, me rendi, fui arrebatada pelo hype, e mesmo que este livro dela não seja tão popular quanto Dasy Jones and The Six, Os Sete Maridos de Evelyn Hugo ou Malibu Renasce, já me sinto parte da manada rs. O fato é que Evidências de uma traição possui um desenvolvimento que me encheu os olhos, e o desfecho me fez querer gritar um gigantesco "chupa babaca". Vocês não tem noção, parecia final de copa do mundo aqui em casa, não tem nada que possa dizer que transmita o nível de satisfação que senti ao finalizar esta leitura, mesmo assim ainda faltou um pouco para atingir a perfeição, quem sabe uma resposta à aquela última carta, hein?

Evidências de uma traição (Evidence of the Affair)
Autor (a): Taylor Jenkins Reid @tjenkinsreid
Publicação: Paralela *ARC
ISBN: B09LJZN7GG | Skoob
Gênero: Conto
Ano: 2021
Páginas: 101
Minha avaliação: 5/5★
Uma jovem desesperada no sul da Califórnia se senta para escrever uma carta para um homem que ela nunca conheceu – uma escolha que mudará sua vida para sempre. Pouco a pouco, a correspondência entre Carrie Allsop e David Mayer revela os detalhes de um caso devastador entre seus cônjuges. Ao longo das cartas, eles confessam seus medos e compartilham sentimentos escondidos no fundo de suas almas, tentando decidir como seguir em frente. Contada inteiramente por meio de cartas, Evidências de uma traição é uma história de decepções, mágoas e segredos, mas também de perdão e recomeços, e de como, no caso de algumas pessoas, a dor pode libertar.
Iniciei essa leitura pisando em ovos, em parte porque já tive experiências negativas com histórias dessa autora e em parte porque a temática central costuma me deixar desconfortável. Eu simplesmente odeio tudo que se refere a traição, não consigo relevar ou passar pano, mesmo quando a história é construída com intuito de nos levar a isso (Talvez um dia da Colleen Hoover que o diga). Não consigo romantizar um casal que se forma sobre o sofrimento de outras pessoas. Claro que muita gente leva em conta o fato de tais histórias (infelizmente) refletirem uma realidade comum, eu já penso que a vida é feita de escolhas, e me perdoem pelo julgamento mas não consigo ver com bons olhos uma pessoa (seja na ficção ou no mundo real) que opta por construir algo tendo como base mentiras e enganação. Em suma, não me desce nem com muito esforço. Sendo assim, eis que já estava totalmente preparada para mais uma experiência pouco proveitosa, mas felizmente o tombo veio. E que tombo meus amigos, inclusive estou digitando esse texto aqui do chão porque claramente ainda não consegui me recuperar. 

Após dez anos de casamento, Carrie Allsop descobriu que está sendo traída. Encontrar e ler cartas de amor trocadas entre Ken Allsop e Janet Mayer, a fez escrever para David Mayer, o desconhecido casado com a amante de seu marido. A primeira correspondência tem um objetivo claro, Carrie deseja uma cópia das cartas que o Ken enviou à esposa de David, enquanto não decide como agir nesta situação, ela quer entender de todas formas possíveis o porque de tudo isso estar acontecendo. Como seu casamento chegou no ponto em que está? David reluta em acreditar, mas as evidências da traição não demoram a aparecer pra ele também, e conforme a ficha cai sua ligação com Carrie aumenta. 

Pegos de surpresa com a descoberta da infidelidade de seus cônjuges, eles não sabem como reagir. A certeza de que querem manter seus relacionamentos os impele a fugir do confronto. Óbvio que o casamento de ambos já não era mais tudo o que foi um dia, mesmo assim a ideia de uma separação não parecia algo tangível para nenhum dos dois. Essa apatia deles me incomodou bastante, eu não conseguia aceitar que a decisão mútua consistia em sentar e esperar tudo passar. Imagino que seja necessário um autocontrole fora do comum pra qualquer ser humano com sangue correndo nas veias, descobrir que está sendo traído, tomar conhecimento das juras de amor que seu parceiro faz ao/a amante, saber da forma depreciativa que ele/ela fala de você, e ainda agir como se nada estivesse acontecendo. Quem passa por algo assim sem sair do eixo, já está morto por dentro. David e Carrie não só conseguiram aguentar tudo quietinhos, como arrastaram esta situação por longos meses. Como eu sou um poço de orgulho, fiquei de cara com o autocontrole e a falta de amor próprio deles. Mas nem só de julgamentos vive esta leitora que vos fala, não concordei com a decisão dos personagens em questão, entretanto não tenho uma pedra no lugar no coração e compreendi perfeitamente o dilema dos envolvidos, eles estavam vivendo uma situação inesperada e dolorosa, e maior que a raiva de terem sido enganados era o medo de perder a vida como conheciam. 

Carrie se doou por inteiro ao seu casamento, guardou seus sonhos e se moldou em prol dos desejos do marido, e embora não fosse plenamente feliz, não pensava em mudar isso tão cedo, muito pelo contrário se empenhava dia após dia para proporcionar tudo o que este casamento parecia precisar para seguir exatamente como estava. É impossível não sentir certa tristeza ao tomar conhecimento de como a vida dessa personagem é vazia, ainda mais quando notamos que ela se agarra a este relacionamento falido como se fosse a sua tábua salvadora. Já David acabou sendo esmagado pelas responsabilidades adquiridas após o casamento, ao mesmo tempo em que ser pai é sua maior realização, ser pai de quatro lhe parece um fardo enorme. Se sentir sobrecarregado e insuficiente se tornou uma constante ao longo dos anos, mas seu amor pelos filhos o impelia a dar mais e mais de si. Dinheiro, ou a falta dele, era uma grande questão em seu relacionamento e mesmo quando se desdobrava em dois empregos, com o pensamento já no terceiro, ele sabia que não queria nada diferente da sua família. E nem mesmo as cobranças da esposa o faziam questionar isso. 

Narrado exclusivamente através de cartas, Evidências de uma Traição, nos deixa com um gostinho de quero mais. O que há além das palavras trocadas entre os casais? O que eles pensaram ou sentiram e não tiveram coragem de expressar em suas correspondências? Eu já repeti incontáveis vezes que adultério é um assunto sensível pra mim, mesmo assim, nesta situação específica me reservo o direito de ser hipócrita e admito que torci ferrenhamente para que David e Carrie se envolvessem romanticamente. Isso porque, a cada detalhe revelado da relação extraconjugal de seus parceiros, minha indignação aumentava e o desejo de retaliação crescia dentro de mim. Acompanhá-los enquanto perdiam o chão, ao mesmo tempo em que tomávamos conhecimento de como seus conjugues agiram de forma egoísta e desprovida de qualquer consideração e respeito, me fez crer que os parceiros traídos já não deviam mais nada aos traidores. 

Indignação a parte, preciso dizer que assim como em tudo que já li da Taylor, aqui ela mantém uma narrativa de qualidade e nos proporciona uma leitura frenética e envolvente. A evolução dos personagens ocorre de forma magistral, e a cada virar de página podemos perceber a sólida identificação que surgiu entre os dois, os levando a uma amizade improvável, cuja base se firmou através de muito apoio mútuo, compreensão e respeito. E como resultado disso, ambos puderam voltar a se enxergar com bons olhos, e trouxeram à superfície qualidades, características e fantasias que haviam sido enterradas e esquecidas pelo tempo. O desfecho, é um deleite a parte, eu fiquei imensamente feliz com os rumos que as coisas tomaram, e mesmo que a última carta tenha ficado sem resposta, quero acreditar que tanto David como Carrie foram capazes que escolher o caminho que lhes traria mais felicidade.

4 comentários

  1. Oi Delmara!
    Olha não sou muito boa em ler livro de traição e o enredo se desenrola sobre esse assunto, fico revoltada e com muita raiva, porque já li e fiquei desgostosa muito tempo e principalmente pensar que poderia acontecer comigo, então me reservo a não ler porque realmente entro no personagem e sofro junto com ele. li dela Depois do sim, não foi um dos meus favoritos. Parabéns pela resenha, bjs!

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  2. Oi Delmara, tudo bem?
    Eu não sei explicar, mas depois de todas as resenhas que li das obras dessa autora, eu fiquei com a impressão de que ela não é para mim. Não consigo colocá-la na minha lista. E mesmo esse livro, depois de toda a comoção que lhe causou, não conseguiu me atrair. Gostaria de aproveitar para falar que eu gosto muito da forma como você escreve seus textos. Dá para sentir o seu grau de envolvimento. Sua resenha ficou ótima!!!
    beijinhos.
    cila.

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  3. Ainda não li esse livro, nem o conhecia. Pra não dizer que nunca li nada da autora, comecei a ler Os Sete Maridos de Evelyn Hugo, mas ainda não terminei, dei uma pausa na leitura. Então, não tenho ainda uma opinião formada sobre o tipo de narrativa da autora, mas garanto que só pelo título ou por saber que o livro se desenrola através de cartas, eu rapidamente desistiria dele, porque livros nesse estilo não costumam prender minha atenção. Mesmo assim, gostei de conhecer essa obra e que bom que finalmente algum livro da autora caiu nas suas graças!

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  4. Oie, tudo bem? Tenho muita curiosidade em conhecer a escrita da autora. No ano passado comecei Malibu Renasce mas acabei deixando de lado por causa de outras leituras. Devido aos muitos elogios é fácil criar expectativas em relação aos seus livros. Mas é bom ir de mente aberta para tentar se envolver com a história. Pelo menos é assim que eu faço em alguns casos. Com relação a esse achei interessante ser feito por meio de cartas, quando sentimos que o personagem está compartilhando seus sentimentos de verdade tendemos a sentir empatia. Com relação a traição é algo doloroso mas superamos com o tempo. Um abraço, Érika =^.^=

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