Em vésperas de eleições trago para vocês uma história que vem a calhar. A alguns anos eu conseguia ser completamente indiferente ao cenário político do país, nunca estive preocupada com quem governava ou quais eram suas intensões, mas diante do momento em que estamos vivendo, a importância de se informar e de não estar alheio ao que vem sendo feito com os nossos direitos, tem se tornando mais óbvia a cada dia. Simplesmente não dá mais para ficarmos assistindo de camarote ou dormindo em meio ao espetáculo enquanto aqueles que deveriam nos representar "pintam e bordam" ao seu bel prazer. Então, eis que surge essa obra, que mesmo se tratando de uma ficção, trás alertas extremamente reais, aborda assuntos que conhecemos de perto e vivemos diariamente e por fim abre os olhos para o poder das massas e os perigos do extremismo. O Reino de Zália é o primeiro livro de fantasia da autora nacional Luly Trigo.
O Reino de Zália
Autor (a): Luly Trigo @lulytrigo
Publicação: Seguinte *Cortesia
ISBN: 9788555340734 | Skoob
Gênero: Fantasia
Ano: 2018
Páginas: 368
Minha avaliação: 4/5★
Por ser a segunda filha, a princesa Zália sempre esteve afastada dos conflitos da monarquia de Galdino, um arquipélago tropical. Desde pequena ela estuda em um colégio interno, onde conheceu seus três melhores amigos, e sonha em seguir sua paixão pela fotografia. Tudo muda quando Victor, o príncipe herdeiro, sofre um atentado. Zália retorna ao palácio e, antes que possa superar a perda do irmão, precisa assumir o posto de regente e dar continuidade ao governo do pai. Porém, quanto mais se aproxima do povo, mais ela começa a questionar as decisões do rei e a dar ouvidos à Resistência, um grupo que lidera revoltas por todo o país. Para complicar a situação, Zália está com o coração dividido: ela ainda nutre sentimentos por um amor do passado, mas começa a se abrir para um novo romance. Agora, comprometida com um cargo que nunca desejou, Zália terá de descobrir em quem pode confiar - e que tipo de rainha quer se tornar.
Não é segredo pra ninguém que sou apaixonada pelos universos de A seleção e A rainha vermelha, então quando me deparei com este livro que é indicado para os fãs de ambas as obras soube que precisava conhecê-lo de perto. Já faz algum tempo que aprendi que ler nacionais vai muito além de prestigiar nossos autores, é como adentrar pela porta da nossa casa e reconhecer cada móvel e/ou utensílio presente ali. Não importa o gênero é sempre possível identificar algo da nossa terra, do nosso povo e da nossa cultura descrita em tais publicações. E com esta história não é diferente, Galdino é na verdade Brasil, com suas dores e amores. Luly Trigo nos apresenta uma trama que nitidamente descreve o caos que o nosso cenário político vive no momento, mas não apenas isso, em suas abordagens a autora faz uma analogia fidedigna a uma realidade que inspira desesperança mas que ao ser desenvolvida em um mundo fantástico nos permite seguir sonhando com um governo justo e livre da corrupção.
Zália é a segunda filha do rei de Galdino, o que lhe permitiu usufruir de liberdades que seu irmão, herdeiro do trono, jamais foi capaz. Crescer longe do palácio, vivendo em um colégio interno, trouxe o máximo de normalidade que seria possível a um membro da monarquia. Entre uma obrigação e outra, ela fez amigos e construiu sonhos, ao mesmo tempo em que se permitiu ter esperança de um dia poder viver uma vida comum preenchida por viagens e fotografias. No entanto, o destino colide bruscamente com os planos da garota, e após seu irmão ser morto em um atentado ela se vê de volta a rotina exigente da qual nunca sentiu falta. Declarada como princesa regente, uma vez que seu pai está sem condições de saúde para seguir gerindo o país, Zália se vê lançada aos lobos. Ao assumir um país que clama por seus direitos mais básicos que vem sendo negligenciados a vários anos, a jovem princesa será envolvida em uma teia política repleta de corrupção onde ela terá que descobrir em quem confiar, investigar a morte do irmão e lidar com o retorno de um grande amor do passado.
Em meu primeiro contato com a escrita da Luly Trigo me deparo com uma história cheia de nunces reconhecíveis. Este sem sombra de dúvidas foi um dos pontos que mais me empolgou. Além disso destaco a notável evolução de Zália, que a princípio me soou dispersa e superficial. Mesmo levando em consideração a pouca idade da garota não consegui aceitar muito bem a falta de foco inicial dela, que havia acabado de perder o irmão e estava assumindo a responsabilidade de governar um país, cargo para o qual ela sequer estava preparada e mesmo assim estava lá perdendo tempo com o perfume, o sorriso e a presença de um carinha que ela havia acabado de conhecer e que diga-se de passagem já tinha dado provas de que não era boa peça. Isso nos leva ao triângulo amoroso que definitivamente é um dos mais fracos que li até hoje e se me permitem dizer o primeiro que não me convenceu nem por um instante sequer. Primeiro porque o tal amor do passado, Enzo, é designado para ser o guarda pessoal de Zália, mas mesmo ele andando por todo o palácio quase como uma sombra da garota, a distância entre eles não poderia ser maior. Além dos incontáveis empecilhos que dificultam a relação dos dois, ainda nos deparamos com um mocinho sem muita atitude, em parte pelo senso de dever e pela lealdade ao seu cargo, e em parte porque o rapaz é um verdadeiro nabo, o que o torna quase insignificante durante toda a trama. E segundo porque a outra ponta desse triângulo, Antonio, convence menos do que o interesse repentino que Zália passa a nutrir por ele, ainda mais depois da forma como eles se conheceram.
Em contrapartida, as tramas políticas dão fôlego ao enredo. Ver Zália descobrindo sua força como pessoa, aprendendo sobre as necessidades do povo e se levantando para exercer seu poder de regente foi incrivelmente empolgante. Em meio ao caos Zália surge como a esperança de um povo oprimido, roubado e maltratado e passa a ser aquela que tem a oportunidade e o desejo de dar dignidade aos que precisam, para isso ela conta com o apoio de uma organização que até pouco tempo, por falta de conhecimento, julgava mal. Conforme "levanta o tapete", Zália se depara com inúmeras irregularidades que se arrastam a várias gerações de governantes, uma sujeira histórica que a coloca como alvo de uma corja corrupta que não deseja ser desmascarada.
O reino de Zália, é atual. Uma trama simples que trás a luz um povo insatisfeito e cansado que exige ser visto, ouvido e respeitado. Políticos indiferentes à dor de uma nação, ocupados demais enchendo os próprios bolsos com recursos que deveriam ser usados em prol de um país melhor. E em meio a tudo isso, uma princesa que emerge como aquela que pode reverter esse cenário catastrófico. Ao contrário do que se espera em uma trama como esta, Zália não é uma heroína pronta, nem foi calejada pelas adversidades da vida, ao contrário disso ela é alheia a muitas coisas importantes e a regência chegou para ela em uma bandeja de prata, mas nem isso torna sua jornada mais fácil. Ser a pessoa que não se deixa corromper e que busca quebrar um sistema viciado é ainda mais complicado porque trata-se uma responsabilidade para a qual ela não foi preparada. E mesmo indo contra todas as probabilidades a jovem princesa desabrocha o suficiente para mostrar a que veio. O desfecho é previsível mas nem por isso menos satisfatório. Sem sombra de dúvidas, este é o tipo de livro levará para as próximas gerações um pouquinho da nossa história atual.
Zália é a segunda filha do rei de Galdino, o que lhe permitiu usufruir de liberdades que seu irmão, herdeiro do trono, jamais foi capaz. Crescer longe do palácio, vivendo em um colégio interno, trouxe o máximo de normalidade que seria possível a um membro da monarquia. Entre uma obrigação e outra, ela fez amigos e construiu sonhos, ao mesmo tempo em que se permitiu ter esperança de um dia poder viver uma vida comum preenchida por viagens e fotografias. No entanto, o destino colide bruscamente com os planos da garota, e após seu irmão ser morto em um atentado ela se vê de volta a rotina exigente da qual nunca sentiu falta. Declarada como princesa regente, uma vez que seu pai está sem condições de saúde para seguir gerindo o país, Zália se vê lançada aos lobos. Ao assumir um país que clama por seus direitos mais básicos que vem sendo negligenciados a vários anos, a jovem princesa será envolvida em uma teia política repleta de corrupção onde ela terá que descobrir em quem confiar, investigar a morte do irmão e lidar com o retorno de um grande amor do passado.
Em meu primeiro contato com a escrita da Luly Trigo me deparo com uma história cheia de nunces reconhecíveis. Este sem sombra de dúvidas foi um dos pontos que mais me empolgou. Além disso destaco a notável evolução de Zália, que a princípio me soou dispersa e superficial. Mesmo levando em consideração a pouca idade da garota não consegui aceitar muito bem a falta de foco inicial dela, que havia acabado de perder o irmão e estava assumindo a responsabilidade de governar um país, cargo para o qual ela sequer estava preparada e mesmo assim estava lá perdendo tempo com o perfume, o sorriso e a presença de um carinha que ela havia acabado de conhecer e que diga-se de passagem já tinha dado provas de que não era boa peça. Isso nos leva ao triângulo amoroso que definitivamente é um dos mais fracos que li até hoje e se me permitem dizer o primeiro que não me convenceu nem por um instante sequer. Primeiro porque o tal amor do passado, Enzo, é designado para ser o guarda pessoal de Zália, mas mesmo ele andando por todo o palácio quase como uma sombra da garota, a distância entre eles não poderia ser maior. Além dos incontáveis empecilhos que dificultam a relação dos dois, ainda nos deparamos com um mocinho sem muita atitude, em parte pelo senso de dever e pela lealdade ao seu cargo, e em parte porque o rapaz é um verdadeiro nabo, o que o torna quase insignificante durante toda a trama. E segundo porque a outra ponta desse triângulo, Antonio, convence menos do que o interesse repentino que Zália passa a nutrir por ele, ainda mais depois da forma como eles se conheceram.
Em contrapartida, as tramas políticas dão fôlego ao enredo. Ver Zália descobrindo sua força como pessoa, aprendendo sobre as necessidades do povo e se levantando para exercer seu poder de regente foi incrivelmente empolgante. Em meio ao caos Zália surge como a esperança de um povo oprimido, roubado e maltratado e passa a ser aquela que tem a oportunidade e o desejo de dar dignidade aos que precisam, para isso ela conta com o apoio de uma organização que até pouco tempo, por falta de conhecimento, julgava mal. Conforme "levanta o tapete", Zália se depara com inúmeras irregularidades que se arrastam a várias gerações de governantes, uma sujeira histórica que a coloca como alvo de uma corja corrupta que não deseja ser desmascarada.
O reino de Zália, é atual. Uma trama simples que trás a luz um povo insatisfeito e cansado que exige ser visto, ouvido e respeitado. Políticos indiferentes à dor de uma nação, ocupados demais enchendo os próprios bolsos com recursos que deveriam ser usados em prol de um país melhor. E em meio a tudo isso, uma princesa que emerge como aquela que pode reverter esse cenário catastrófico. Ao contrário do que se espera em uma trama como esta, Zália não é uma heroína pronta, nem foi calejada pelas adversidades da vida, ao contrário disso ela é alheia a muitas coisas importantes e a regência chegou para ela em uma bandeja de prata, mas nem isso torna sua jornada mais fácil. Ser a pessoa que não se deixa corromper e que busca quebrar um sistema viciado é ainda mais complicado porque trata-se uma responsabilidade para a qual ela não foi preparada. E mesmo indo contra todas as probabilidades a jovem princesa desabrocha o suficiente para mostrar a que veio. O desfecho é previsível mas nem por isso menos satisfatório. Sem sombra de dúvidas, este é o tipo de livro levará para as próximas gerações um pouquinho da nossa história atual.
Olá!
ResponderExcluirGosto desse tipo de história que traz tantos temas importantes e acho que o momento é o ideal principalmente pelas questões políticas.
Estou curiosa para conferir essa leitura, cada vez mais tenho me surpreendido com o catálogo da editora Seguinte, a edição está muito bonita.
Espero ler em breve.
Beijos!
Camila de Moraes
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro ainda, amo esse gênero de livros, sou fascinada pela seleção e pela rainha vermelha, amo demais. Acredito que livros de fantasia que envolvem política e romance tem tudo pra dar certo, adorei o contexto da história, espero ler o livro logo.
A única coisa que não gostei muito é a capa.
Beijos, a resenha está ótima
Anne and Cia
Oi, Delmara. Como vai?
ResponderExcluirEu li esse livro recentemente e me senti muito satisfeita com a leitura, acho que estamos vivendo em um momento no qual livros que abordem a política se fazem cada vez mais necessários e adorei a forma como a autora consegue escrever para jovens e transmitir importantes mensagens. Gostei de ver a sua opinião sobre a leitura, o triângulo amoroso não me convenceu pelo fato de ter o Antônio, eu não fui com a cara dele desde o momento em que ele apareceu.
Olá, Delmara.
ResponderExcluirA personagem principal parece ir contra todos para satisfazer e melhorar a situação do povo, que pelo visto não vai nada bem. Começar a reinar assim de uma hora para outra sem ter noção nenhuma de como é com certeza foi muito complicado para ela.
Quando eu tiver a oportunidade, com certeza irei ler o livro. Espero gostar da narrativa da Luly!
Beijos,
http://pactoliterario.blogspot.com.br
Oie!
ResponderExcluirEu adorei essa leitura!
A narrativa da autora é leve, fluída, e me envolveu desde a primeira página. Gostei como a autora colocou um pouco da realidade brasileira na trama, fazendo com que o leitor reflita um pouco sobre o que está acontecendo no Brasil.
Um ótimo livro!
Bjks!
Histórias sem Fim
Gosto bastante desse tipo de leitura, então saber que é indicado para fãs de a rainha vermelha e seleção me deixa muito empolgada para ler também. Eu não conheço a escrita da autora, nunca tive oportunidade de ler um livro dela, mas pela sua resenha essa seria uma leitura que eu adoraria fazer.
ResponderExcluirbeijos
Ainda não conhecia a obra e achei bem interessante a forma que o enredo se apresenta. Realmente, para quem gosta das duas séries, com certeza se identifica com mais facilidade só enredo. Ja anotei a dica por aqui.
ResponderExcluirBjim
Tammy
Olá Delmara!!!
ResponderExcluirEu não conheci o livro e seu enredo até esse exato momento. Também sou fã da série "A Seleção", mas ainda não consegui dar uma chance "A Rainha Vermelha" e nem sei quando isso irá acontecer, mas admito que se fosse pelo lado do romance talvez nem olharia pra esse livro por causa da fraqueza do triângulo amoroso mas como a história traz uma mocinha que amadurece em seu estado espero que me agrade mais ^^
Parabéns pela resenha!!!
lereliterario.blogspot.com