Vamos conversar? O que vem a cabeça de vocês quando se fala em acervos particulares? Os colecionadores de livros podem ser associados a apreciadores, consumidores assíduos ou a acumuladores patológicos, e no meio disso tudo existem uma série de opiniões e ideias pré-concebidas a cerca destas pessoas. O fato é que o consumismo acompanha as grandes paixões e não vejo diferença no meio literário, claro que há casos e casos - odeio generalizações -, nem todo mundo sente o desejo insaciável de ter todos os livros que surgem em sua frente, mas convenhamos que é quase impossível para um fã, apreciador ou viciado em leitura não se ver nesse dilema constantemente. Como gosto de frisar, essa postagem se baseia única e exclusivamente em minhas experiências como leitora, as coisas que escrevo aqui são experiências que vivi e nem por isso espero que reflita os atos e gostos de toda a comunidade, okay? Dito isso, chega mais!
UMA AMOR QUE VAI ALÉM DA LEITURA
Eu sou o tipo de pessoa que ama "ter" livros, sempre sonhei com minha biblioteca particular, e diferente do que alguns costumam pensar não quero isso para ostentar ou qualquer coisa do tipo. Eu gosto de ter os livros queridos ao alcance das mãos, de revisitar as páginas que me fizeram sorrir, chorar ou apenas sentir. Você deve estar perguntando, mas e os livros que você não apreciou a leitura? Afinal, dificilmente existe um leitor no universo que amou tudo que leu, não é mesmo? E eu respondo da seguinte maneira, me faz bem dar novas chances aos livros que não gostei. Não digo que a minha forma de pensar seja a correta, talvez eu só seja fanática ao ponto de não conseguir me desprender dos livros que tenho seja lá qual for a história que eles carreguem. O fato é que eu acredito de verdade, que mesmo um livro que não te conquista no primeiro contato pode ter algo importante a oferecer, e que talvez em um outro momento ao lê-lo despretensiosamente, uma nova forma de enxergar as coisas possa se apresentar.
Tenho que admitir que isso ainda não aconteceu comigo, nunca mudei tanto de opinião ao ponto de simpatizar por uma história após a releitura mas já consegui perceber e absorver pontos que havia deixado passar anteriormente e por isso continuo acreditando, ou como disse, talvez seja apenas uma justificava fraca para que eu continue agarrada aos meus exemplares, escolham a justificativa que preferirem. Por ser uma pessoa que estima os livros que possui, posso garantir que sou vítima constante do desejo de me jogar em novas aquisições. Mas calma, não sou nenhuma consumidora compulsiva (pelo menos quero acreditar que não) que compra sem parar para pensar, me considero uma pessoa até controlada nesse quesito, inclusive nos últimos anos me tornei adepta as compras promocionais, aos fretes grátis e coisas do tipo, visando obter o maior número de livros que "realmente" desejo ler.
Tenho que admitir que isso ainda não aconteceu comigo, nunca mudei tanto de opinião ao ponto de simpatizar por uma história após a releitura mas já consegui perceber e absorver pontos que havia deixado passar anteriormente e por isso continuo acreditando, ou como disse, talvez seja apenas uma justificava fraca para que eu continue agarrada aos meus exemplares, escolham a justificativa que preferirem. Por ser uma pessoa que estima os livros que possui, posso garantir que sou vítima constante do desejo de me jogar em novas aquisições. Mas calma, não sou nenhuma consumidora compulsiva (pelo menos quero acreditar que não) que compra sem parar para pensar, me considero uma pessoa até controlada nesse quesito, inclusive nos últimos anos me tornei adepta as compras promocionais, aos fretes grátis e coisas do tipo, visando obter o maior número de livros que "realmente" desejo ler.
NEM TODOS SÃO PASSÍVEIS DE COMPREENDER
Existem momentos na vida de um leitor que é extremamente complicado dizer não a um novo livro. Sei que para muitos vai parecer bobagem, esse desejo tão desenfreado por novas histórias, eu mesma já ouvi incontáveis vezes da minha própria família (mãe, irmão e parentes), que é exagero gostar tanto de ler. Não tenho como precisar estatisticamente mas posso garantir que a maioria dos meus familiares me consideram tola. Para as pessoas que me rodeiam é adorável você ler um ou dois livros por ano, dizer que gosta de leitura e indicar/emprestar vez ou outra algum título, qualquer coisa que vá além disso é considerado doentio e desnecessário. Nunca encontrei alguém em meu ciclo, além da minha irmã caçula, que me incentivasse a seguir com meu amor e devoção a literatura. E ao mesmo tempo que essa situação toda me entristece, também me da forças para ir além, e para quem ainda não sabe essa foi a grande razão pra eu ter criado o blog, o fato de não ter com quem compartilhar minha euforia após uma boa leitura me fez querer escrever, colocar pra fora toda a gama de sentimentos e sensações que o livros que me proporcionavam.
O preconceito e a não aceitação me trouxeram até aqui, recebendo carinho, atenção, conselhos e alguns elogios de completos estranhos. Por isso eu consigo compreender, claro que no meu ponto de vista tudo em excesso acaba se tornando prejudicial em algum momento. É legal gostar e colecionar mas quando isso afeta sua rotina ou compromete sua renda já não pode ser considerado algo aceitável e por isso é importante estar atento a linha tênue que separa o fã do fanático.
O preconceito e a não aceitação me trouxeram até aqui, recebendo carinho, atenção, conselhos e alguns elogios de completos estranhos. Por isso eu consigo compreender, claro que no meu ponto de vista tudo em excesso acaba se tornando prejudicial em algum momento. É legal gostar e colecionar mas quando isso afeta sua rotina ou compromete sua renda já não pode ser considerado algo aceitável e por isso é importante estar atento a linha tênue que separa o fã do fanático.
BIBLIOFILIA VS BIBLIOMANIA
Em termos literários podemos dizer que é comum ser bibliófilo, e apreciar os livros como um todo. Querer ter seu espaço de leitura e gostar de edições raras e colecionáveis não é nenhum crime, claro que existe a possibilidade de tal indivíduo ser julgado como um acumulador que não é adepto a doação e que deixa os livros parados na estante, mas não é dessa forma que as coisas funcionam, assim como eu, existem pessoas que se sentem ligadas aos livros, que gostam de revisitá-los e dar-lhes novas chances, não considero egoísmo, acredito que as pessoas tem que buscar aquilo que lhes faz bem e desde que não ofenda ou machuque a terceiros, não interessa os julgamentos alheios. Admiro os doadores de livros, sério mesmo, inclusive doo vez ou outra, mas não me sinto pior por gostar de ter meus exemplares comigo, por querer tê-los dispostos em minhas prateleiras.
Não me considero um ser humano ruim ou alucinado como quiseram me fazer crer e costumo ver as pessoas dizendo por ai e isso porque diferente do que a maioria pensa, meus livros não são apenas objetos inertes em minhas estantes, também não são como filhos - tenho um filho e sei bem a diferença entre o amor que sinto entre um e outro -, mas certamente são preciosos, são mundos e personagens que me acolheram, ensinaram e que hoje fazem parte da minha história. Meus livros são cheiros, texturas, lágrimas e sorrisos que costumo compartilhar aqui e com quem se propor a ouvir/ler o que eu tenho a dizer, tenho carinho e zelo por eles porque são importantes pra mim, cada um, mesmo aqueles que não gostei de ler, e não me sinto uma pessoa ruim por não doá-los, não me acho egoísta por querê-los por perto e sei que não sou a única que pensa assim, como também tenho certeza absoluta que muitos discordam da minha forma de enxergar a situação. Eu entendo e acima de tudo respeito.
Mas temos que convir que assim como uma moeda, esse assunto possui duas faces a serem consideradas, e diferente do consumidor saudável citado nos parágrafos anteriores, temos o ponto extremo da situação. Lembra da história de que excessos são prejudiciais? Pois bem, aqui entra em cena o bibliomaníaco, uma espécie de compulsivo que acumula incontáveis obras que muitas vezes sequer vai ler. Fala-se que todo bibliófilo é passível de desenvolver a bibliomania, - a linha tênue, lembra? - quando não se tem controle dos atos, quando o número de livros não lidos superam largamente o de lidos, quando não existe mais vontade de ler os inúmeros livros que se acumulam por todos os cantos da casa e ainda assim não existe qualquer pretensão de mudança, é hora de parar e se preocupar. O fanatismo claramente se apresenta quando o desejo de comprar e acumular livros supera o de lê-los, essa sim é uma situação triste, pilhas e mais pilhas de livros que talvez nunca serão lidos.
No final das contas o que realmente importa é saber para que se quer ter uma biblioteca particular ou uma determinada coleção de livros. Acredito que tudo na vida tem um objetivo, nada é aleatório, e o simples gostar pode ser considerado um razão plausível, no entanto quando se perde o sentido e não se sabe mais o porque de fazer algo, vale refletir se este é realmente o melhor caminho a se seguir ou se é chegada a hora de desviar da rota. E para finalizar quero bater na tecla de que não cabe a nós julgar os gostos e interesses alheios, existem tantas coisas para se fazer na vida, então porque eu deveria perder meu tempo palpitando que fulano deveria doar seus livros, que ciclano lê demais e consequentemente possui mais livros do que a maioria das pessoas, que isso ou aquilo não é normal... Como disse anteriormente existe sim um grupo de pessoas que podem ser consideradas acumuladoras, e por se tratar de um distúrbio acredito que ai sim vale uma intervenção, no mais cada um com seus gostos e preferências. Somos seres em processo constante de evolução, então o que é ótimo pra mim hoje pode não ser amanhã, bem como o que te faz bem não é necessariamente o que me realiza, então cabe a cada pessoa decidir qual o momento de mudar sua forma de pensar e agir, ou de simplesmente permanecer o mesmo. Eu gosto de enfatizar que o respeito é a raiz da boa convivência em qualquer ciclo (social, familiar...), então vamos expôr nossas ideias e pensamentos sem julgar ou desmerecer o estilo de vida próximo, vamos fazer aquilo que gostamos e entender que ninguém é obrigado a concordar como nossas ideias e pensamentos e muito menos tomá-los como exemplo do que quer que seja.
Nossa, confesso que a tempos atrás eu havia me transformado em uma acumuladora de livros. Sempre que aparecia um lançamento com uma sinopse bacana eu ia lá e comprava. No entanto, com a universidade e o trabalho fui diminuindo minhas leituras e só fazia acumular cada vez mais livros sem ler. O que eu fiz? Larguei o mundo literario por um bommm tempo. Nada de ficar cobiçando os novos lançamentos. Um outro fator que me fez parar de comprar livros foi a falta de espaço. Para a minha tristeza sem fim, meu quarto é tão pequeno, mais tão pequeno que tive que retirar a estante do meu quarto para dar lugar a uma mesa e encaixotar todos os meus livros! :(
ResponderExcluirTenho fé que 2018 vai ser beeeem melhor e cheio de novas paixões literárias.
Feliz Natal e um próspero ano novo pra ti!
Abraços,
Daniele
http://absortoemlivros.blogspot.com.br/
Oie! Vivo com esse dilema!
ResponderExcluirEu sempre curti livros na estante, amo ficar olhando eles até mesmo toca-los, e reler alguns favoritos. Mas n consigo me desprender facilmente de um que não gostei, só se foi PÉSSIMo mesmo. Odiei um da darkside e ainda o tenho porque a capa é linda, mas o livro em si não 😐
Tento a todo custo comprar apenas os livros que quero muito ler, mas são tantos que acabam se acumulando na estante, mas não sou acumuladora kkk
ResponderExcluirPara você ter ideia, tenho familiares que se orgulham de nunca terem lido um livro, assim como tem um que é pedagogo e diz que odeia ler, me pergunto, como pode isso?!
Gosto sim de edições raras e caprichadas, mas dentro do que eu leria e não apenas pela edição em si. No mais eu amo meus livros e quero muito, muito mais kkk
Adorei os gifs da postagem, amo Supernatural.
Beijos.
https://cabinedeleitura0.blogspot.com.br/
Muito boa a sua matéria. Eu tenho diversos livros que já li e guardo as que mais gosto porque tenho um apreço por eles, mas não guardo todos os que leio e também os que sei que nunca vou ler me desfaço. Acho que tudo tem que ser dosado para não virar vício demais. Sei de gente que guarda tudinho mesmo, que não consegue se desprender, aí acho que vai de cada um mesmo.
ResponderExcluirOiee Delmara ^^
ResponderExcluirHoje eu estou um pouco controlada, mas antes comprava um monte de livros e sentia uma felicidade imensa ao fazê-lo, como se estivesse preenchendo minha vida, sabe? Eu adorava colecioná-los e sonhava em ter uma biblioteca um dia, não conseguia emprestar nenhum livro e não queria amassá-los ou doá-los. Hoje estou diferente; estou sempre doando os que não gosto, já vendi alguns e não sonho mais em ter uma biblioteca, por mais que adorasse ter uma um dia.
MilkMilks ♥
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu não me considero uma acumuladora. Gosto de ter minha estante cheia de livros, gosto de ficar olhando para ela e admirando, ainda mais, que fui eu que consegui comprar todos que tenho. Tenho um desejo de ter minha biblioteca, e de esses livros serem passados para os meus filhos. Quero que eles cresçam numa casa cheia de livros e que conheçam os livros que eu li e que gostei. Adorei seu texto, gostei muito mesmo dele.
Beijos.
Oii tudo bem??
ResponderExcluirConfesso que todo livro que surgia eu queria, mas aliviei a carga em mim quando comprei o kindle, e tenho na estante so os que quero mesmo, e mesmo assim são muitos, é dureza. Adorei o texto, e creio que todos os leitores compreendem o que quer dizem com cada tópico.
E que apesar de todos sermos um pouquinho acumulador temos que entender nossas necessidades e vontades, e realiza-la cada uma de uma forma, sendo tendo todos os livros ou não.
Bjus Rafa
Olá ♥
ResponderExcluirEu sou o tipo de pessoa que compra livros pela capa, amo capas chamativas. No inicio mal olhava a sinopse e já comprava, mas depois de algumas decepções parei com isso, pois só estava acumulando livro que eu não queria ler só estavam ali por que a capa era bonita. Hoje sou mais racional ao comprar se acho uma capa linda, antes de correr para o caixa dou uma lida na sinopse. Algumas pessoas da minha família me chamam de egoísta por não doar os livros que eu leio, mas eles não compreendem que a cada livro que eu leio e me apaixono é um pedaço de mim, pode ser até egoismo mesmo, mas é um egoismo que não está fazendo mal a ninguém. Somente quem lê consegue compreender.Não sou uma acumuladora, guardo minhas viagens literárias na minha estante, as pessoa não guardam fotos de viagem? Que mal tem guardamos nosso livros.
Oi Delmara, com certeza não sou uma acumuladora rsrs Gostei muito do seu texto e ver o quanto você foi atrás do tema para poder embasar suas palavras. Gosto de ter meu cantinho e meus livros queridos por perto,mas quando o livro não me toca de alguma forma, gosto de passar para frente. Bjs
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEu assumo que todo livro que eu via nas Americanas eu queria levar e levava,eu tinha livros parados a anos na minha estante e que eu nunca ia ler,o que fiz?Doei todos que não li e estava na estante a muito tempo.
Eu ainda compro livros,é algo que eu não consigo parar,se eu ver uma promoção de um livro que eu quero irei comprar com toda certeza.
Adorei como você definiu e não julgou as pessoas dos dois lados.
Adorei conhecer essa visão.
bjs
Eu adoro esse tipo de postagem, pq eu lembro muito de mim mesmo. Eu já me considerei um comprador de livros compulsivo, pois teve um tempo que eu queria saber mais de comprar do que realmente ver se o livro fazia meu estilo. Infelizmente essa fase durou muito tempo e comprei livros que nunca li. Mas atualmente estou bem tranquilo, compro o que quero e que tenho quase certeza que vou gostar. Também não sou o tipo que sai colecionando 0554321,2 edições de um livro.
ResponderExcluirFelizmente agora sou um leitor controlado (meu bolso agradece muito)
Olá!
ResponderExcluirQue texto maravilhoso, meus parabéns por trazer a discussão. Eu penso um pouco parecido em alguns casos, mas tem uma coisa que me incomoda muito atualmente.
Eu tenho minha biblioteca particular com mais de 350 livros, todos anotados e catalogados certinhos. No entanto, comecei a fazer uma limpa e doar a maioria dos que eu já li e não gostei e de outros que eu comprei e perdi o interesse em ler. Doar esses livros para biblioteca, sebos e amigos foi uma das melhores coisas, me senti muito bem, porque eu já estava a um ponto de ser acumuladora, devido aos livros que eu recebia das editoras também.
Mas sabe, eu vejo hoje em dia o "status de leitor". Muita, mas muita gente mesmo, só quer ter o status de leitor, bvjo vídeos de bookhaul com 30 livros, 40 livros e nós sabemos que a pessoa não vai ler, essa ostentação meio que me irrita sabe? É claro que cada um faz o que quer, mas não deixa de me deixar meio "bleh" com isso. Enfim, você gosta de ler e ter livros ou você gosta apenas de dizer que ama ler e ostentar livros?
Enfim, adorei seu post! <3
beijos!
O simples gostar já é mais que uma razão plausível, mas eu também questiono alguns comportamentos, por exemplo, essa exploração continua sobre a serie Harry Potter em que no mesmo ano, vemos várias edições novas e esse clima de que quem é fã de verdade precisa ter todas.... Não, com isso eu não concordo, mas em ter muitos livros e desejar cada vez ter mais, acho que dá pra entender.
ResponderExcluirMEU AMOR PELOS LIVROS
Beijos
Oi, Delmara
ResponderExcluirQuando eu tiver minha casa eu terei um cômodo que será a minha biblioteca. Não consigo ver como em um país em que mal se lê há quem ache que gostar de colecionar livros é ostentação...
Eu sou muito apegada aos meus, custo muito a emprestar não porque eu tenha de fato ciúmes, afinal, é apenas um livro, mas só a ideia de ficar cobrando depois já cansa a minha beleza.
Sobre os acumuladores, é uma patologia que se manifesta em quem é propenso a isso. Se a pessoa não for maníaca por livros ela será por outra coisa.
Então eu acho que querer ter porque a gente gosta, porque nos faz bem, é super válido.
Beijos
- Tami
http://www.meuepilogo.com