Resenha #181 Aniur - Esther Moratto

Genteeee!

Que livro é esse, hein? Quase morri lendo, pense ai. Perdi as contas do número de vezes que meu coração afundou no meu peito e mesmo agora ainda continuo com a adrenalina a mil. Não acredito que a autora teve coragem de fazer isso. Sério, sem exagero. A leitura tem um ritmo constante, nem lento e nem frenético, mas o desfecho... O desfecho é de fazer cair o queixo, o forninho e tudo mais que tiver direito. 

Titulo: Aníur, a Ruína Está Próxima
Autor(a): Esther Moratto
Editora: Young
Ano: 2016
N° de páginas: 219

Jake e Meg são jovens recém-casados e teriam um belo futuro pela frente. Mas não contavam com uma grande catástrofe, que poderia acabar com suas vidas. Um terremoto abalou a cidade em que vivem e uma doença misteriosa surgiu logo após o incidente. Será que isso seria o fim do mundo? Descubra nesta história agoniante, que te prenderá do começo ao fim.

Eu deveria ter dado mais crédito ao trecho da sinopse onde diz "história agoniante", mas não, achei que era exagero. E como resultado aqui estou eu, agoniada e boquiaberta com a destreza que a autora empregou na construção dessa história, que apesar de se passar em um cenário pós apocalíptico que acabou se tornando um grande clichê, tem certos pontos surpreendentes e inovadores.

Desde o momento em que se conheceram em uma sessão de cinema, a vida de Jake e Meg tem sido um verdadeiros conto de fadas. Extremamente apaixonados um pelo outro e agora recém casados eles aproveitam cada instante da vida juntos. O futuro promissor de ambos nunca foi uma preocupação, até a cidade onde vivem ser acometida por um terrível terremoto. E para piorar o cenário Jake estava viajando a trabalho e Meg se encontra sozinha em meio ao caos que sua vida se tornou. Forte e determinada a jovem luta pela sobrevivência pois um vírus fatal está se espalhando rapidamente e aparentemente não restou ninguém na cidade capaz de ajudar os sobreviventes, ela espera reencontrar seus entes queridos e seu amado o mais breve possível, bem como descobrir respostas para o que está acontecendo a sua volta. Já Jake, se lança em uma busca desesperada por Meg, disposto a gastar todas as suas energias para encontrar seu grande amor ele irá correr na direção de terríveis obstáculos que poderão por um fim ou salvar sua vida.

Antes de mais nada quero deixar registrado meu amor por esse casal, passei a admirá-los imensamente pela determinação gigantesca de encontrar um ao outro, e olha que não foram poucas as armadilhas que surgiram no caminho. Confesso que pensei que um deles iria pisar na bola e bagunçar tudo em algum momento, mas ambos são personagens fortes e se saíram bem na medida do possível. Como em toda história do gênero tivemos algumas baixas importantes, mas nada muito arrasador, mentira, foi mito arrasador, fico pensando onde os escritores guardam o coração quando se metem a escrever esse tipo de cena.

Passei todo o livro esperando o momento em que as pessoas contaminadas e mortas se levantariam como zumbis, felizmente não aconteceu. Calma, não é um spoiler, Aníur me inseriu nesse mundo pós apocalíptico do qual sempre quis fazer parte, desde o surgimento de TWD desejei loucamente ler uma trama como essa, mas ler as atividades dos zumbis me dá aflição e acabei adiando esse tipo de leitura, até agora. Tenho que enfatizar o fato de que quase tudo nesse livro ocorre na medida certa, só me incomodei um pouco com o excesso de desencontros, fora isso não tenho do que reclamar.

O desfecho me causou um mini infarto e uns cinco segundos de muita raiva e indignação, até que percebi que temos um final alternativo. Santa Esther, oro por mais autores que escrevem finais alternativos como esse. O livro é uma mistura de medo, incerteza, ansiedade e esperança, não tem como essa receita não mexer com o leitor, me vi rapidamente envolvida pelos dilemas e desolada pelo cenário arrasador que se desenrolava diante dos meus olhos. Por esta vasta gama de sensações e emoções que Aníur despertou em mim, super indico aos amantes do gênero e a todos que estão querendo sair da zona de conforto.

Cortesia: Young Editorial

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